The Hunger - A Eterna Fome de Viver

Uma sedução visual do casal começa quando a câmera vai e volta para o vocalista da banda punk Bauhaus, Peter Murphy, parecendo um morcego atrás de uma gaiola de arame, cantando "Bela Lugosi's Dead" em um baixo profundo e gutural.

 

O filme

The Hunger, de Tony Scott, sua adaptação cinematográfica de 1983 do livro homônimo de Whitley Strieber, de 1981, começa da maneira mais perfeita que um filme de vampiros pode fazer: Miriam Blaylock, de Catherine Deneuve, e seu marido, John (David Bowie), estão passeando para um lanche em uma boate gótica. Bauhaus está apresentando “Bela Lugosi’s Dead”, e tudo tem um brilho em azulado envolto a sombras. Miriam elegantemente com seu chapéu e seus óculos de olhos de gato, ela fuma um enquanto John veste uma camisa preta sob medida com gola alta e óculos escuros. As luzes estroboscópicas refletem em seus óculos.

 A dupla vê um casal dançando juntos, e tudo o que eles precisam fazer é acenar. Já em sua casa a jaqueta de couro da mulher foi aberta para expor mais pescoço e clavícula, enquanto a camiseta do homem foi cortada para revelar o mesmo. Eles parecem um pouco menos polidos do que antes e muito mais vulneráveis. Depois de cortar a garganta das vítimas com lâminas escondidas em pingentes dourados de ankh, John e Miriam bebem e imediatamente queimam os restos mortais em um incinerador no porão.

 Miriam Blaylock é a última de uma raça de vampiros que viveu por milhares de anos, alimentando-se do sangue de vítimas inocentes. Para acabar com sua solidão, ela promete vida eterna a seus amantes, injetando neles seu sangue extraordinário. O que ela não diz a eles é que eles não viverão para sempre e, eventualmente, começarão a envelhecer rapidamente, sofrendo um doloroso estado de morto-vivo eterno. Quando seu atual amante, John, começa a apresentar sinais de envelhecimento, Miriam busca a ajuda de uma vCientista (Sarah) que acredita ter descoberto o segredo da eterna juventude. Enquanto John cai rapidamente em um estado de morte eterna, Miriam seduz Sarah e a infecta com seu próprio sangue.

Quando Sarah derrama xerez em si mesma, Miriam a ajuda a tirar a camiseta e, inevitavelmente, as duas fazem sexo. Quando questionada sobre “o fascínio persistente dos vampiros”, ela responde: “Bem, sabemos que é sobre sexo. Quase tudo é. A ideia de devorar, consumir, possuir alguém que desejamos.”

 The Hunger continua sendo o melhor exemplo de como um filme de terror sobre os vampiros modernos de Manhattan também pode ser uma magnum opus de grandeza e modernização do mito do vampiro de uma forma elegante e sensual.

O diretor Tony Scott pretendia fazer um filme que fosse tão lindo quanto assustador, começando com a escalação de seus atores principais. Como a vampira matriarcal Miriam Blaylock, Deneuve, com sua beleza de parar o coração e pele de porcelana impecável, é o tema perfeito de um artista. Seu semblante inacessível e gelado a torna atraente, mas intimidadora. Ela está escondendo algo por trás de sua fachada impecável, mas é algo que talvez ninguém queira saber.

 
A mitologia vampírica feminina muito além do erotismo e da sexualidade insaciável.

Desde os “Vamps” da era do cinema mudo sem presas de Theda Bara, essas criaturas incorporam um excepcionalismo letal. Livre das restrições sufocantes do tempo, da mortalidade e da estrutura rígida do patriarcado, a vampira é uma afronta predatória aos esperados comportamentos femininos.

 O que poderia ser mais ameaçador para um homem do que uma mulher que
 não mede esforços para ter o seu sustento?

O livro

 

O livro The Hunger (1981) é um romance de Whitley Strieber. A trama envolve uma bela e rica vampira chamada Miriam Blaylock, que toma amantes humanos e os transforma em híbridos vampiro-humanos.

 O romance é incomum porque trata das considerações práticas do vampirismo, como a dificuldade em obter vítimas e ocultar assassinatos frequentes. The Hunger sugere uma explicação de ficção científica para o vampirismo, que os vampiros são uma espécie que tem uma semelhança com os humanos. Eles não são imortais, mas não envelhecem após atingir a maturidade física e são extremamente fortes e difíceis de matar. Miriam descobre que algumas características dos vampiros, como juventude prolongada, podem ser transmitidas aos humanos por meio de uma transfusão de sangue.

Strieber escreveu duas sequências para o romance: The Last Vampire em 2001 e Lilith's Dream: A Tale of the Vampire Life em 2003.