domingo, 2 de agosto de 2020

QUARTA MALDITA - Edgar Allan Poe - O Lago


💀  Quarta Maldita 💀
O poema escolhido para hoje é “O Lago” de autoria do nosso querido Edgar Allan Poe, datado do ano de 1827, mostra um jovem Edgar Allan Poe, aos 19 anos de idade, já demonstrar em seus versos que o terror e o obscuro, junto com a total condição de profunda solidão da alma, para se atingir o sublime, seriam presente em toda a sua vida literária.



O lago
 Por Edgar Allan Poe


NO VERDOR de meu anos, meu destino
foi só habitar, de todo o vasto mundo,
uma região que amei mais do que todas,
tanto encantava a solidão de um lago
selvagem, que cercavam negras rochas
e altos pinheiros, dominando tudo.

Mas quando a Noite, em treva, amortalhava
esse recanto e o mundo, e o vento místico
chegava, murmurando melopeias,
então, ah! sempre em mim se despertava
o terror desse lago solitário.

Não era, esse, um terror, porém, de espanto,
mas um delicioso calafrio,
sentimento que as joias mais preciosas
não inspiram , nem fazem definir;
nem mesmo o amor, nem mesmo o teu amor.

Reinava a Morte na água envenenada
e seu abismo era um sepulcro digno
de quem pudesse ali achar consolo
para seus pensamentos taciturnos,
de quem a alma pudesse, desolada,
no torvo lago ter um Paraíso.



THE LAKE

(Edgar Allan Poe)


In spring of youth it was my lot
To haunt of the wide world a spot
The which I could not love the less —
So lovely was the loneliness
Of a wild lake, with black rock bound,
And the tall pines that towered around.


But when the Night had thrown her pall
Upon that spot, as upon all,
And the mystic wind went by
Murmuring in melody —
Then — ah! then I would awake
To the terror of the lone lake.

Yet that terror was not fright,
But a tremulous delight —
A feeling not the jewelled mine
Could teach or bribe me to define —
Nor Love — although the Love were thine.

Death was in that poisonous wave,
And in its gulf a fitting grave
For him who thence could solace bring
To his lone imagining —
Whose solitary soul could make
An Eden of that dim lake.

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